Texto dito por Pedro Bial .
O que leva uma criatura a querer participar do Big Brother Brasil? A querer não! A encasquetar, a sonhar, a dedicar todas as energias. Tentar de todas as maneiras. O que leva uma criatura a se sujeitar a tamanha exposição, dar a cara a tapa, oferecer-se ao julgamento implacável dos outros? É, porque aqui fora nós abusamos do direito de julgar vocês por cada gesto ou palavra. Abusamos do direito de criticar, zombar, odiar e até mesmo amar, se encantar, apreciar e se apaixonar por vocês. Olha, me pergunto novamente. O que leva cada um de vocês a entrar nessa roubada, onde se joga todas as fichas, onde arrisca-se perder muito? E só um, só um ganha o grande prêmio final! Bom, há que ter um bocado de vaidade, ser bastante exibido, narcisista. Manja Narciso? Aquele que ficou apaixonado pela própria imagem e ficou hipnotizado e morreu olhando a si mesmo? Há também que se achar. Há que ter coragem de fazer o strip tease da alma, pro Brasil todo ver. O que leva cada um de vocês a entrar no Big Brother é também um desejo legitimo de gritar: olha eu aqui! Eu existo! Eu quero ser conhecido! E mais, eu não quero ser só conhecido, eu quero ser reconhecido! Viu quantas coisas vocês têm em comum? E mesmo assim, com tantas coisas em comum, a percepção quase unânime aqui fora é de que este é o grupo mais plural da história do Big Brother. É um exemplo de diversidade, de pluralidade. No entanto, quem vence no final é a singularidade. O singular triunfa. Só um indivíduo é campeão.